quinta-feira, 6 de maio de 2010

Coluna 02/05/2010 - 0017

Pé na estrada
Aos 68 anos de idade, um mandato como vereadora de Porto Alegre, quatro como deputada estadual e dois anos e 10 meses na administração do Grupo Hospitalar Conceição, a comunista Jussara Cony, coloca o pé na estrada novamente para enfrentar uma campanha eleitoral. Quer retornar ao Parlamento Gaúcho, onde construiu uma sólida e respeitável carreira política. É de faca na bota e não tem papas na língua como sabem os adversários. Esta semana, ela esteve em Passo Fundo para um roteiro e também para participar de um seminário que reuniu mulheres. O tema central: mulher e poder. O recado de Jussara: “não basta ser mulher, tem que ter projeto”.

Dilema
Questionada sobre a posição do PC do B em relação à sucessão do Palácio Piratini, ela foi clara: sou a favor do que meu partido decidir. Na mesa dois grandes e antigos aliados e uma dúvida crucial: quem apoiar? PT ou PSB? O dilema dos comunistas não é fácil de ser resolvido. O próprio partido está divido. O ideal para aliviar este sofrimento seria uma dobradinha Tarso Genro e Beto Albuquerque. Mas, tudo indica que essa possibilidade está longe de se tornar realidade. Pelo menos no que depender de Beto.

Confiança
No âmbito nacional, o PC do B trabalha no campo de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Portanto, o candidato aqui é Dilma Rousseff. E, ao contrário do palanque nacional que terá o PMDB como aliado, aqui ele será adversário. Em qual palanque na sucessão ao Palácio Piratini, o PC do B se sentiria mais à vontade? Para Jussara, os comunistas construíram uma relação de confiança com os socialistas, que amadureceu desde a candidatura de Manuela D’Ávila à prefeitura de Porto Alegre (2008) quando Beto foi o coordenador da campanha. “Nós temos uma aliança concreta com o PSB”, ressaltou.

Matemática
A resolução desta equação eleitoral pode não ter lógica alguma. O prazo do calendário é que vai forçar a uma decisão e ela será anunciada em breve. No entanto, o PC do B parece mais para se aliar a Tarso do que para enfrentar a disputa com Beto. O projeto nacional deverá falar mais alto. “O Rio Grande do Sul não pode mais estar na contramão do crescimento nacional. Precisamos estar do mesmo lado”. A frase de Jussara parece um recado do inconsciente comunista.

Avanço
O Hemopasso avança no que se refere à gestão. O diretor Alex Neckel tomou decisões importantes para melhorar os aspectos financeiros da unidade regional, com sede em Passo Fundo. Desde o ano passado, o Hemopasso ampliou o faturamento em R$ 50 mil mensais, na média, graças a um contrato assinado com 58 unidades de saúde que atendem a 138 municípios desta regional. O contrato diz o seguinte: sempre que estas unidades de saúde utilizarem os hemoderivados do Hemopasso de forma particular vão pagar por isso.

Mudança
Esse acordo só foi possível porque uma portaria do Ministério da Saúde de 2006 acabou com a farra do SUS, que pagava a conta até mesmo dos planos privados. O último hospital a fechar o contrato foi o da Cidade de Passo Fundo, que consome cerca de 25% da produção do Hemocentro local. Alex segue a luta para firmar convênios com as prefeituras dos municípios de abrangência.

Rápidas
Ana Amélia Lemos foi garota propaganda do PP, nos espaços destinados ao partido de acordo com o cronograma do TSE.
Nele, o PP lança o foco de sua campanha: PP, o partido da boa política.
O PP que deveria decidir sobre alianças na pré-convenção de 24 de abril, protelou o anunciou e decidiu fazer do ato um lançamento de Ana Amélia para o Senado.
Dobradinha Beto Albuquerque e Manuela D´Ávila para o governo não é possível porque a deputada comunista não alcançou o limite de 35 anos.

Em qual palanque na sucessão ao Palácio Piratini, o PC do B se sentiria mais à vontade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário